segunda-feira, 25 de abril de 2011

ENERGIA: CIENTISTAS TELETRANSPORTAM GATO DE SCHRODINGER


Se o experimento mental do gato de Schrodinger 
já não fosse estranho o suficiente, agora 
cientistas conseguiram complicar tudo um 
pouco mais.
A equipe do Dr. Noriyuki Lee e seus colegas da Universidade de Tóquio, no Japão, descobriram 
uma forma de teletransportar o gato de 
Schrodinger.
Teletransporte
teletransporte quântico já foi demonstrado 
com átomos e até mesmo com moléculas de DNA.
No teletransporte quântico, a informação (como 
o spin de uma partícula ou a polarização de um 
fóton) é transferida de um local para o outro, 
sem que ocorra o deslocamento por um meio 
físico.
Não há transferência de energia nem de matéria.
Gato de Schrodinger
Já o famoso gato morto/vivo foi idealizado por 
Erwin Schrodinger para explicar o fenômeno 
quântico da superposição, em que uma partícula 
fica em dois estados simultaneamente, somente 
se decidindo entre um deles - ou colapsando, 
como dizem os físicos - quando se tenta medir 
esse estado.
Schrodinger explicou isto em termos de objetos 
em escala macro: um gato fechado em uma 
caixa contendo um frasco de veneno. O frasco 
estará aberto se uma partícula quântica estiver 
em um estado, e fechado se a partícula estiver 
em outro estado.
Em termos quânticos, o gato estará vivo e morto 
simultaneamente. Somente quando alguém abrir 
a caixa - o equivalente a medir o estado 
quântico da partícula - a partícula colapsará e 
conhecermos o real estado do gato - vivo ou 
morto.
Teletransporte do gato de Schrodinger
Depois de ser teletransportado, gato de Schrodinger chega do outro lado no seu paradoxal estado de vivo/morto. [Imagem: Science/AAAS]
Teletransporte do gato de Schrodinger
Os pesquisadores descobriram uma forma de 
teletransportar um quanta de luz, ou um fóton, 
que está em um estado de superposição, ou 
seja, no chamado estado do gato de 
Schrodinger.
A partícula quântica superposta é destruída em 
um local e integralmente reconstruída em outro 
local, sem perder nenhuma de suas sensíveis 
propriedades quânticas - ou seja, o gato de 
Schrodinger chega do outro lado no seu 
paradoxal estado de vivo/morto.
Os pesquisadores começaram construindo um estado de entrelaçamento, no qual duas partículas compartilham propriedades qualquer que seja a distância entre elas.
Em outro ponto, eles construíram o gato de 
Schrodinger, a partícula em superposição, que 
deveria ser teletransportada.
O funcionamento do sistema de teletransporte 
propriamente dito dificilmente poderia ser 
descrito em linguagem não-matemática - veja na 
imagem o aparato necessário para executá-lo.
O processo envolve uma sequência de passos 
que combinam múltiplos fenômenos quânticos, 
incluindo compressão e subtração de fótons, 
entrelaçamento e detecção homódina.
Teletransporte do gato de Schrodinger
O estado do gato de Schrodinger deve ser destruído em um lugar para que ele reapareça em outro - não foi uma clonagem, mas um teletransporte real. [Imagem: Science/AAAS]
Limite da não-clonagem
Apesar da complexidade do processo e da 
fragilidade dos estados quânticos envolvidos, 
os cientistas conseguiram comprovar o 
teletransporte usando uma ferramenta 
matemática conhecida como Função de Wigner, 
que descreve o quão "quântico" um pulso de luz 
é.
Essa função apresenta valores negativos que 
funcionam como uma medição da qualidade do 
teletransporte. Esta qualidade é medida por um 
número, chamado fidelidade, que deve ser maior 
do que 2/3 em uma operação de teletransporte 
feita com sucesso.
Esse valor de 2/3 é o chamado limite da não-
clonagem, que garante que não existe mais 
nenhuma cópia da partícula quântica na origem 
o estado do gato de Schrodinger deve ser 
destruído em um lugar para que ele reapareça 
em outro.
Ou seja, a partícula superposta de fato foi 
destruída em um ponto e recriada exatamente 
igual em outro - ela foi realmente 
teletransportada.
Transferência instantânea de informação
O experimento demonstra um mecanismo que 
poderá ser usado para projetar computadores 
que serão capazes de transportar informações 
com precisão e com absoluta segurança - e 
instantaneamente.
Em vez de disparar os bits através de fibras 
ópticas, onde há sempre o risco de que eles 
sejam monitorados por bisbilhoteiros, esses 
bits poderão ser teletransportados diretamente 
para o destino.
O mecanismo também é de interesse para o 
processamento quântico - basta imaginar algo 
como um dado que sai de um núcleo de 
processamento diretamente para outro núcleo, 
ou o resultado de um cálculo que chega 
instantaneamente no ponto do circuito onde ele 
está sendo esperado para o próximo passo do 
algoritmo.
Teletransporte do gato de Schrodinger
A "sala de teletransporte" usada pelos cientistas japoneses não lembra em nada os aparatos vistos em filmes de ficção científica - e ela só funciona em escala quântica. 
Luz sobre a luz
Do ponto de vista científico, o experimento 
demonstra o avanço obtido na manipulação dos 
objetos quânticos, há poucos anos vistos como 
meras abstrações.
E renova as esperanças de que os cientistas 
logo encontrem uma forma de representar 
graficamente os estados quânticos das 
partículas, para que tais estados possam ser 
visualizados diretamente.
Talvez então se conseguirá lançar alguma luz 
sobre o mistério da própria luz: a luz é uma 
onda, uma partícula, as duas coisas, ou 
nenhuma das duas coisas?

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