quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

NATAL......TEMPO DE PAZ!!!!!


  1.   "Natal é tempo...
    de dar um toque na vida com as cores da esperança,
    da , da paz e do amor.
    Também é tempo de preparar,
    em nosso coração e em nosso lar,
    um espaço para acolher
    as sublimes lições da Sagrada Família de Nazaré
    e aceitar as inevitáveis surpresas da vida.

    Natal é tempo...
    de olhar para o céu,
    encantarmo-nos com a luz das estrelas
    e seguir a estrela-guia.
    É tempo abençoado de dar mais atenção
    à criança que mora em cada um de nós
    e às que encontramos em nosso peregrinar,
    à procura do caminho que nos leva ao Deus-Menino.

    Natal é tempo...
    de mais uma vez ouvir, acolher
    e repetir a mensagem alegre dos Anjos de Deus.
    É tempo de acalentar sonhos de harmonia e paz e,
    olhando para os “anjos aqui na Terra”,
    dar a nossa contribuição,
    para tornar este nosso espaço
    um pouco mais parecido com o Céu.

    Natal é tempo...
    de contemplar o Menino Jesus e Sua Mãe
    e envolvermo-nos em silêncio orante.
    É tempo de agradecer as manifestações de Deus
    e deixarmo-nos extasiar por esse Divino Amor que,
    na fragilidade de uma Criança, nos braços de Maria,
    veio iluminar nossa fé.

    Natal é tempo...
    de olhar para o mundo, alimentar a chama do amor
    e apreciar o milagre da vida.
    É tempo de seguir com atenção
    e humildade os passos dos pastores
    e os daqueles que têm coração simples e,
    em gestos de ternura,
    sintonizar mentes e aconchegar corações.

    Natal é tempo...
    de pensar no irmão próximo e distante
    e de colaborar para o renascer do amor.
    É tempo de, amorosamente, recompor a vida,
    perdoar e abraçar, com a ternura
    e a misericórdia do Coração de Deus,
    os registros de nossa infância e dos anos que já vivemos.

    Na jubilosa esperança do Natal de Jesus Cristo,
    estejamos atentos para perceber
    e realizar o bem que estiver ao nosso alcance
    e sermos um compreensível eco da mensagem de paz
    daquela noite em que, gerado por obra do Espírito Santo,
    de Maria nasceu o
    Salvador."
  2.  
  3.   
    BB

     
  4.  SOMOS CRIANÇAS NESTE MOMENTO EM BUSCA DE UM ANO MELHOR....
  5. FELIZ NATAL E OTIMO 2011 A TODOS OS MEUS AMIGOS....
  6. NESTE NOVO ANO QUE SE INICIA, ESTAREMOS JUNTOS COMPARTILHANDO NOSSAS ALEGRIAS E REALIZAÇÕES,
  7. QUE DEUS CONTINUE A ILUMINAR OS NOSSOS CAMINHOS...
  8. ATÉ 2011!!! 
  9.  

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

TJ reverte condenação de Maluf e abre caminho para posse na Câmara









Maluf foi absolvido no caso do frango congelado....
"FRANGOGATE"





Ao abordar reajuste de preços apontado pela promotoria, o relator, Nogueira Diefenthäler, assinalou: "Não há como atestar categoricamente que o dito reajuste tratou-se de manobra dos réus com o fito de favorecer empresa pertencente a familiares (de Maluf). Forçosa a conclusão de que não houve a propalada mancomunação."

Diefenthäler observou que "considerando os valores globais pagos vê-se que o município na verdade economizou cerca de R$ 200 mil ao contratar a empresa Ad’Oro".

Bela Piada..., O Maluf ainda fez um bem à nossa cidade 

É muita podridão..., como vou poder falar com  meus filhos a respeito de uma palavra simples totalmente esquecida pelos "Três Poderes", a famosa honestidade..., coitada..., ela deveria ser uma das convidadas a participar da  proxima edição do Reality Show da Record  
"A FAZENDA",
Brasileiros e brasileiras..., vocês acreditaram no FICHA SUJA..., eu também acreditei, mas "sorry" estamos neste maravilhoso país que é assaltado escandalosamente. 
Não é DILMA...,SERRA...,MARINA...ou...MARCÃO..., nos contaminamos com o jogo sujo, de nada adianta existir a lei, se o Poder absolve descaradamente.
Nós simples mortais não temos o martelo do filho de Odin  e os que possuem estão mais para Pingüim!!!

Qual a diferença entre "dolar na cueca", "aloprados". "mensalão" e "frangogate"....????
Nenhuma meus caros pois; 

EM TERRA DE LADRÃO...., 


  
CORRUPTO NÃO VAI PRA PRISÃO!


 
ISSO É BOBAGEM!!!!!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ATÉ TU CARREFOUR!!!!!!!!!

 
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Gosto amargo: Olofsson, presidente mundial do Carrefour, pretende
intensificar as investigações sobre as causas do prejuízo na filial brasileira
 
 
Para entender o imbróglio do Carrefour é preciso conhecer algumas especificidades do mercado varejista brasileiro. Na gestão Anterior, os números do balanço foram inflados graças a manobras contábeis em duas vertentes: estoques das lojas e bonificações recebidas dos fornecedores. 
 
No início do ano, o Carrefour fazia um planejamento prevendo os descontos que iria conseguir com os fornecedores. Só que, ao longo do ano, o montante não era confirmado e, mesmo assim, o valor inicial era lançado na contabilidade gerando uma receita artificial. Sem contar que muitas vezes os estoques não eram atualizados. Além disso, o rombo  inclui provisões para cobrir ações trabalhista.
 
Há algo em comum entre o rombo no Banco Panamericano e a Rede Varejista Carrefour..., sim...há....,
Você ainda não adivinhou..., então vou ajudar...
Já ouviu falar em Deloitte..., kkkkkkkkkkkkkkk,
Pois é a mesma empresa de auditoria que não conseguiu descobrir as falcatruas do Panamericano, também não o fez em cinco anos atuando no Carrefour....
Tem mais.., contrataram uma empresa de auditoria para investigar ..., e essa em 18 semanas conseguiu descobrir um rombo de 1,2 bilhões de reais... 
Francamente....ai tem truta!!!!!

O papel do consumidor

Quem cheira cocaína e fuma maconha é parte da engrenagem que move o tráfico de drogas. É preciso que a sociedade assuma a responsabilidade de discutir e enfrentar com firmeza esta questão

Francisco Alves Filho e Débora Rubin


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Enquanto emissoras de tevê exibiam na quarta-feira 1º as toneladas de drogas apreendidas no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, o escritor J., 57 anos, assistia às imagens envolto em fumaça. Sentado na poltrona de seu confortável apartamento no Leblon, na zona sul, ele fumava mais um dos cigarros de maconha que volta e meia costuma acender. “Uso desde os 19 anos”, conta. Apesar da distância que o separa das favelas de onde a polícia expulsou os traficantes, J., assim como outros usuários, é apontado pelas autoridades como um dos financiadores da gigantesca engrenagem das facções criminosas. Eles estão longe geograficamente, mas conectados pela velha lógica de mercado: um não existe sem o outro. Não tem fornecedor se não tiver consumidor. Simples assim. “O dinheiro que o tráfico busca sai de quem consome”, define o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame. Por seu lado, J. culpa a lei que proíbe a droga. “Se a venda fosse liberada, não haveria traficantes”, diz, repetindo o mantra dos movimentos pela descriminalização das drogas. Não é tão simples, uma vez que se sabe que todas as drogas são nocivas à saúde. Combater o consumo é a parte mais difícil da luta contra os entorpecentes. Por isso, é preciso que a sociedade olhe para si própria e decida encarar esta questão.
A coletividade ainda se ressente do folclore que por anos a fio conferiu uma certa aura de heroísmo aos bandidos e algum glamour a essas substâncias. “A cultura do crime e a cultura da droga ainda não estão sendo adequadamente combatidas”, acredita o cientista político Murillo de Aragão, da Universidade de Brasília. “Muitos bacanas continuam a cheirar cocaína e fumar maconha sem se importar com o que está por trás disso.” A balada regada a pó e o pôr do sol na praia embalado pela erva são formas de viver que turbinam o consumo de entorpecentes desde as décadas de 1960 e 1970, quando os ativistas hippies acreditavam que os psicotrópicos eram uma alternativa ao sistema opressor. Muitos dos músicos, cantores e poetas que viveram essa época, porém, têm hoje uma avaliação diferente. É o caso do compositor e escritor Jorge Mautner. Parceiro de Gilberto Gil em sucessos como “Maracatu Atômico”, ele fez com o amigo a música “Coisa Assassina” cuja letra classifica os entorpecentes de “doença, monotonia da loucura e morte”. Mautner não acha viável liberar as drogas, algo, segundo ele, capaz de criar muita tristeza para quem usa e para quem está no entorno. Ele acredita que o usuário deve, sim, pesar as consequências de seu ato quando compra a erva ou o pó. Ao definir a experiência com entorpecentes, cita John Lennon, que disse: “O álcool e as drogas me deram asas, depois me tiraram o céu.” “É uma ótima definição”, afirma.
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VALE QUANTO PESA
As drogas apreendidas no Alemão foram incineradas: 33 toneladas de maconha,
235 kg de cocaína, 27 kg de crack e 1.406 vidros de lança-perfume 

Para muitos, esse tipo de alerta é inútil. “Comecei a fumar maconha aos 18 anos e uso semanalmente”, diz a produtora fotográfica paulista I., 23 anos. “Minha mãe também fuma e sempre me disse para usar com responsabilidade.” Ela não se sente nem um pouco responsável pelo tráfico e, como outros usuários, opina que a proibição é que gera o mercado paralelo. “Defendo que legalizem apenas a maconha. Compramos num sistema de entregas e eles trazem aqui em casa, tudo muito profissional”, diz. Na ótica de alguns usuários moradores de bairros de classe média alta, o fato de receberem a droga na residência, sem necessidade de ir à boca de fumo, faz parecer que eles não têm nenhuma ligação com o funcionamento das facções.
Porém, mesmo quem é ativista pró-legalização discorda dessa visão. “Ainda que seja levada por um jovem bem-vestido e morador do mesmo bairro, aquela droga sai do carregamento que está no alto do morro”, analisa o comerciante Matias Maxx, 30 anos, um dos organizadores da Marcha da Maconha. Para evitar financiar o tráfico, ele cultiva num pequeno vaso a canábis que consome. A praticidade de encomendar a droga e recebê-la em casa é uma facilidade a mais para quem pretende seguir consumindo e uma grande dificuldade para quem quer largá-la. “Peço por telefone e não consigo me ver como responsável pelo tráfico”, diz o professor R., 32 anos, consumidor de cocaína há 15 e que hoje se considera um dependente.
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No centro dos debates está a definição da forma mais adequada de encarar os usuários. Para o advogado João Mestieri, especializado em direito criminal, o sistema atual é avançado. “O Brasil encontrou um caminho interessante ao não punir o usuário, mas o traficante. Isso livrou o usuário da cadeia, tirou dele o ‘carimbo negativo’.” Especializado no estudo da criminalidade, o sociólogo Gláucio Soares discorda. Ele classifica a legislação atual de hipócrita, pois mostra que a sociedade não quer ser responsabilizada pelos seus atos. “Temos a punição do traficante que vende algo ilegal, mas aquele que compra não sofre nada”, critica. Para resolver esse impasse, Soares sugere uma definição clara. “Ou o usuário é um problema de saúde, e aí o Estado deve providenciar uma rede eficaz de tratamento, ou é financiador da organização criminosa, e então tem que ser punido com rigor”, diz o sociólogo.
Para o governo, é uma questão complicada, pois a droga não pode ser considerada uma mercadoria comum. “Na fase de experimentação, o jovem está sujeito a pressões do grupo, tentativas de lidar com problemas emocionais e até curiosidade”, diz a secretária Nacional de Políticas sobre Drogas-Adjunta, Paulina Soares. “Já o uso regular e a dependência envolvem fatores mais complexos que demandam do governo e da sociedade o compartilhamento de responsabilidades.”
Já se discutiu várias vezes a responsabilidade do consumidor de drogas e a possibilidade de descriminalização. Em nenhuma das ocasiões, porém, o debate foi levado a termo e resultou em ação. No entanto, diante das cenas estarrecedoras transmitidas do Complexo do Alemão, desde que a polícia e as Forças Armadas se uniram para retomar aquele território, pode ser que desta vez a discussão seja mais proveitosa. Para isso, é preciso que os debatedores entendam do que estão falando.
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“Não é verdade que a maconha seja inofensiva como dizem, trato de muitos usuários com problemas sérios”, avalia o psiquiatra Jorge Jaber, responsável por uma das mais conceituadas clínicas de recuperação de dependentes do Rio. “Ela leva a outras drogas e acelera os problemas psíquicos de quem tem predisposição a desenvolvê-los”, acrescenta o médico João Maria Correia Filho, do Hospital das Clínicas, especialista no estudo de entorpecentes e álcool. Segundo ele, é preciso conscientizar as famílias. “Há muito que pode ser feito, mas legalizar definitivamente não é a solução”, diz. O caminho do vício começa na adolescência, entre os 14 e 17 anos, quando o garoto ou a garota experimentam maconha, e segue na juventude, até os 25 anos, quando ocorre o primeiro contato com a cocaína, droga ainda predominante nas classes mais altas. Depois vem o crack, cujo contingente de consumidores deve dobrar em dez anos, e tem crescido com força na classe média. Semanas atrás, o então advogado do goleiro Bruno, Ércio Quaresma, foi flagrado, em vídeo, fumando crack.
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IN LOCO
I., 23 anos, recebe entrega de maconha em casa 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que reduzir o uso de drogas é a forma mais eficaz de atacar o problema. “A classe média e a classe alta são responsáveis porque consomem”, diz ele. FHC elogia o modelo adotado em Portugal, no qual o usuário de drogas não vai para a cadeia, mas passa por tratamento médico. “Além disso, é preciso fazer campanhas de redução de consumo como se faz com o tabaco”, diz. O jurista Walter Maierovitch, um dos primeiros a chamar a atenção para a experiência portuguesa, comenta o resultado obtido. “Foi a única nação da União Europeia onde o consumo de drogas não cresceu”, diz ele. Iniciativas como essa poderiam facilmente ser testadas em território brasileiro. Antes, porém, é preciso que a parte privilegiada da sociedade reconheça que a culpa pelo tráfico não recai apenas sobre os ombros dos jovens esquálidos de sandálias que carregam fuzis no alto dos morros. Essa responsabilidade também passa pelos apartamentos de endereços luxuosos, onde os bem-nascidos consomem a droga vendida por eles.
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OPINIÃO
J., 57 anos, fuma a erva desde os 19 e defende
a legalização para acabar com o tráfico

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Veja a relação de feriados nacionais e pontos facultativos de 2011


Portaria foi publicada no 'Diário Oficial da União', nesta quarta.
Das 14 datas, 11 caem em dias úteis


.       Data              Dia da semana      O que é                                Comemoração
  1º de janeiro        Sábado               Feriado                                 Confraternização universal
  7  de março         Segunda-feira     Ponto facultativo                   Carnaval
  8  de março         Terça-feira          Ponto facultativo                   Carnaval
  9  de março         Quarta-feira        Ponto facultativo até 14h       Quarta-feira de cinzas
21  de abril            Quinta-feira        Feriado                                  Tiradentes
22  de abril            Sexta-feira         Ponto facultativo                    Paixão de Cristo
 1º de maio            Domingo            Feriado                                  Dia Mundial do Trabalho
23 de junho           Quinta-feira        Ponto facultativo                    Corpus Christi
  7 de setembro     Quarta-feira       Feriado                                   Independência do Brasil
12 de outubro       Quarta-feira        Feriado                                   Dia de N. Sra Aparecida
28 de outubro       Sexta-feira         Ponto facultativo                    Dia do Servidor Público
  2 de novembro   Quarta-feira        Feriado                                  Finados
15 de novembro   Terça-feira          Feriado                                  Proclamação da República
25 de dezembro   Domingo             Feriado                                  Natal

                                                                    






terça-feira, 30 de novembro de 2010

PT amplia guerra com PMDB para controlar Correios e Banco do Brasil

 A   GRANDE    COBIÇA INICIA-SE..,e ainda nem começou o novo governo!!!


Diante da perspectiva de comandar o Ministério das Comunicações, o PT planeja desalojar o PMDB da direção da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). O pedido será encaminhado pela cúpula do partido à presidente eleita, Dilma Rousseff.

A ideia, no entanto, é passar um verniz de ‘desloteamento’ político nos Correios para apresentar a reivindicação como uma tentativa de profissionalizar a estatal, alvo de uma sucessão de crises nos últimos meses.

A direção do PT aposta que o futuro ministro das Comunicações será Paulo Bernardo, atual titular do Planejamento, e já começou a vasculhar uma das chamadas joias da coroa. 

Há apenas quatro meses na presidência dos Correios, David José de Matos foi indicado pelo deputado Tadeu Filipelli (PMDB-DF), vice-governador eleito do Distrito Federal, mas também é amigo de Erenice Guerra, a ministra da Casa Civil que caiu em setembro, no rastro de acusações de tráfico de influência na pasta.

Mapa. Uma comissão formada por seis dirigentes do PT já começou a fazer o mapeamento dos cargos federais. A equação não é fácil de ser fechada porque o PT da presidente eleita Dilma Rousseff e o PMDB do futuro vice-presidente, Michel Temer (SP), dão cotoveladas em busca dos principais assentos para demarcar seus respectivos territórios. 

O Ministério das Comunicações está sob controle peemedebista e a sigla só aceita abrir mão do pasta se levar Transportes, hoje capitaneado pelo PR.

O assunto foi avaliado na segunda-feira, 29, em reunião de Dilma com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o deputado Antonio Palocci, futuro chefe da Casa Civil. Desde setembro Bernardo atua como uma espécie de interventor nos Correios e faz um diagnóstico dos problemas da empresa, que não são poucos.

Banco do Brasil. Além de ocupar a cadeira mais importante dos Correios, o partido de Dilma também quer trocar o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini. A maior instituição financeira do País tem ativos de R$ 725 bilhões. Sem levar em conta o PMDB, que está de olho na presidência do Banco do Brasil, uma ala do PT pretende emplacar ali o atual secretário de Política Econômica, Nelson Barbosa.

Em conversas reservadas, porém, interlocutores de Dilma admitem que a escolha será resultado de uma disputa de bastidores entre Palocci e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mantido no cargo. Tanto Mantega como Palocci, ex-ministro da Fazenda de 2003 a 2006, têm influência no banco.

Bendini chegou à cúpula do BB na cota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas até no Palácio do Planalto há quem defenda a sua saída, sob a alegação de que ele "não atende" as demandas políticas. Barbosa, por sua vez, tem cativado as tendências do PT. 

Na sexta-feira, o secretário fez uma exposição sobre a conjuntura econômica durante seminário promovido pela chapa petista "O partido que muda o Brasil" e encantou os espectadores com seu discurso na linha desenvolvimentista. A portas fechadas, Barbosa disse que a maior preocupação, no governo Dilma, é como manter o processo de crescimento com o cenário internacional adverso.

Apesar da cobiça do PMDB, a presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Ramos Coelho, deve ser mantida no posto. 



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Brasil tem um novo chefe da sua caixa-forte. Alexandre Tombini irá comandar o Banco Central com dois desafios imediatos: uma inflação que se afasta da meta e contas externas cada vez mais no vermelho. Ele está à altura do desafio? Por Leonardo Attuch e Denize Bacoccina São pouco mais de 15h30 da quarta-feira 24 e o economista gaúcho Alexandre Tombini chega à sede do Centro Cultural Banco do Brasil, onde funciona a trincheira da transição, em Brasília. Passada firme, olhar seguro e uma única frase planejada sob medida para o evento. “Não existe meia autonomia”, disse Tombini. “Ela é total.” Do alto dos seus 120 quilos, o novo presidente do Banco Central se apresenta como um pit bull pronto para enfrentar dois desafios imediatos: uma inflação que se afasta do centro da meta de 4,5% e um rombo crescente nas contas externas brasileiras – o déficit de US$ 50 bilhões que vem sendo projetado para este ano deve ser ainda pior em 2011. 47.jpg "Não existe meia autonomia no banco central. Ela é total" Alexandre Tombini, futuro presidente do BC A missão de Tombini, no entanto, vai além do campo macroeconômico. Ele também terá de provar que não será um presidente de Banco Central fraco, subordinado ao Ministério da Fazenda e aos desígnios da presidente eleita, Dilma Rousseff. Daí a necessidade de reafirmar sua liberdade para agir e decidir. E assim como não existe meia gravidez, também não pode haver autonomia pela metade, como pontuou o novo xerife da autoridade monetária. Alexandre Tombini, que é funcionário de carreira do Banco Central, poderia ter chegado ao topo de sua carreira livre do fardo de ter que provar que é independente. Mas as circunstâncias de sua escolha, lamentavelmente, o levaram a isso. Há pouco mais de uma semana, logo depois da confirmação de Guido Mantega como ministro da Fazenda, fontes próximas ao núcleo da transição vazaram a informação de que o atual presidente do BC, Henrique Meirelles, não seria apenas substituído por Dilma. Sua saída, que poderia ser absolutamente natural, foi tratada como uma demissão. Dilma teria ficado indignada com a suposta insinuação de que Meirelles só continuaria no governo se desfrutasse da mesma autonomia que teve nos oito anos de governo Lula. A partir de então, Meirelles passou a ser rifado dia e noite. “Sempre que alguém no governo tenta impor condições, perde a aposta”, disse à DINHEIRO o experiente economista Delfim Netto. 49.jpg Com os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior, Alexandre Tombini irá compor o trio do conselho monetário nacional, que define as metas de inflação. Na foto ao lado, com Henrique Meirelles, de quem foi uma espécie de braço-direito no BC Não se sabe se Meirelles, de fato, tentou exigir qualquer coisa da presidente eleita, Dilma Rousseff. Mas o fato é que a autonomia do Banco Central no Brasil é apenas operacional e ainda não foi institucionalizada na lei – em outros países, como os Estados Unidos, presidentes e diretores têm mandatos fixos e não coincidentes com os dos governantes. Aqui, um chefe do BC pode ser demitido a qualquer momento pelo presidente da República. “Agora, vamos ter uma profecia autorrealizável”, disse à DINHEIRO um influente banqueiro de investimentos. “Como se criou incerteza, os juros no mercado futuro subiram e o Tombini terá que se mostrar mais duro do que seria necessário para se afirmar no BC.” A atual taxa de juros no Brasil é de 10,75%, mas, no mercado futuro, os contratos se aproximaram de 12% ao ano. E isso, em tese, poderia retardar o alcance da meta traçada pela presidente eleita, de atingir juros reais de 2% ao ano – hoje, eles estão próximos a 5,5%. Aos 46 anos, Tombini tem plenas condições de superar a turbulência inicial. Graduado pela Universidade de Brasília e com doutorado em Illinois, nos Estados Unidos, ele é considerado um macroeconomista de formação sólida e é tão ou mais conservador do que Meirelles. Os votos dos dois costumavam estar sempre alinhados nas reuniões do Comitê de Política Monetária. Além disso, no período em que cogitou deixar o BC para se lançar na carreira política, Meirelles sempre demonstrou preocupação em organizar a própria sucessão – Tombini era o seu candidato. “O nome de Tombini significa continuidade da atual gestão, pois ele ajudou a criar o regime de metas. Mas a continuidade não garante o mesmo resultado”, diz Rafael Cortez, analista da consultoria Tendências. Não se trata apenas de vencer o jogo das expectativas no mercado. Tombini também tem o desafio de suceder alguém que ficou oito anos no BC – Meirelles foi o mais longevo presidente da história da instituição – e se tornou um nome praticamente consensual aos olhos dos investidores. Além do mais, os resultados comprovam que sua gestão foi bem-sucedida. Ele herdou uma inflação em 12% e a entrega ao redor de 5%. O risco Brasil caiu de dois mil para os atuais 140 pontos, a moeda nacional se valorizou, o crédito disparou e a valorização dos ativos brasileiros esteve entre as maiores do mundo. 54.jpg Além disso, bom comunicador que é, Meirelles se tornou um protagonista da economia global, recebeu prêmios com frequência de entidades ligadas ao sistema financeiro, passou a dar conferências sobre a crise internacional e hoje integra o conselho do BIS, na Suíça, uma espécie de banco central dos bancos centrais. Tombini é bem mais tímido. Fala baixo, não gosta de conceder entrevistas e nunca divulgou seu currículo ou manteve qualquer perfil em redes sociais – mesmo as de caráter profissional, como o Linkedin. Seus colegas da UnB lembram-se apenas de um bom aluno, mas extremamente quieto e recatado. Flavio Versiani, que foi seu professor na graduação, lembra do futuro presidente do Banco Central como um bom aluno. “Ele se destacava. Lembro que à época me deixou uma impressão muito boa”, conta. O professor se recorda de quando o aluno deixou a Universidade de Brasília para estudar nos Estados Unidos para, depois, voltar à UnB como pesquisador. “Foi um dos que estudaram e teorizaram sobre o regime de metas. É um cara competente”, atesta. Também professor do departamento de economia da UnB, Charles Mueller conheceu Tombini em Illinois, quando o economista fazia seu doutorado na universidade local. “Ele foi considerado um aluno brilhante por lá. É um sujeito competente e de boa índole”, lembra Mueller. 53.jpg No trabalho, é afável, mas reservado e afeito a formalidades com os colegas. Quem já trabalhou com o economista o tem como um profissional meticuloso e flexível, porém firme na cobrança de resultados – sem pendores para arroubos ou grosserias. A padronização das tarifas bancárias, imposta às instituições financeiras pelo BC, a pedido do Ministério Público e de órgãos de defesa do consumidor, é também atribuída a um esforço pessoal de Tombini. “O banco não tinha muita gente interessada no assunto e ele mostrou sensibilidade”, avalia um antigo funcionário do BC. “Ganhou pontos com a ala desenvolvimentista.” Filho de um economista das Nações Unidas, Tombini nasceu na pequena cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, mas passou a infância entre Paraguai, Guatemala, Costa Rica e Chile. Na adolescência, viveu em Porto Alegre, onde seguiu a tradição da família e se tornou torcedor fanático do Internacional. No fim dos anos 70, o pai, Tildo, foi trabalhar em Brasília e levou a família. Tombini ficou na capital, onde se formou em economia em 1984. Foi durante a temporada nos Estados Unidos que conheceu a americana Michele, com quem se casou. Eles têm dois filhos, hoje com 13 e 9 anos. No dia em que foi escolhido para o posto mais importante da sua carreira até agora, Tombini seguiu uma rotina normal: chegou à sede do Banco Central pouco depois das 9 horas e teve reuniões internas. 50.jpg Sede do BC, em Brasília Tombini chefiará 4,7 mil funcionários e estará à frente da política de aplicação das reservas de US$ 285 bilhões No meio da tarde, seguiu para o Centro Cultural Banco do Brasil, onde pouco antes das 17h fez um curto discurso. Com voz suave e em tom baixo, relatou uma conversa que teve com a presidente eleita, Dilma Rousseff, quando ela lhe garantiu que está comprometida com a autonomia operacional do Banco Central. Depois, voltou ao banco e continuou a trabalhar com a discrição de sempre. Sua indicação também representa uma vitória institucional – é a primeira vez que o BC tem uma diretoria formada exclusivamente por quadros de carreira, como ocorre em bancos centrais de muitos países de moeda forte, como o Bundesbank, da Alemanha. Tombini ainda terá que ser sabatinado pelo Senado, mas sua aprovação é tida como certa. Como guardião da moeda brasileira, ele terá que trazer o IPCA de novo ao centro da meta de 4,5%. O IGPM, anualizado, já aponta para uma inflação próxima a 10% ao ano, um território bem mais perigoso. “Os dados vêm mostrando que a alta não é só dos alimentos, mas há também uma piora nos núcleos, reflexo de inflação de demanda”, disse à DINHEIRO a economista-chefe no Brasil da RBS Global Banking & Market, Zeina Latif. O relatório Focus, resultado de pesquisa semanal do Banco Central com economistas do mercado financeiro, mostra alta na expectativa de inflação para este ano há dez semanas consecutivas. Em 17 de setembro, os analistas projetavam um IPCA de 5,01% neste ano. No dia 19, havia subido para 5,58%. No acumulado de 12 meses até outubro, o índice ficou em 5,20%. 55.jpg “A indústria está trabalhando com taxas de ocupação elevadas, e ainda temos desemprego baixo e massa salarial em expansão”, diz Aquiles Rocha de Farias, professor de economia e mercado financeiro do Ibmec. Ele aposta que na reunião de dezembro, que ainda será presidida por Meirelles, o Copom deverá aumentar a taxa de juros para atacar a inflação e reafirmar sua independência. O economista e consultor Roberto Troster também defende uma elevação da taxa de juros na última reunião do Copom no ano, logo no início de dezembro. “Quanto mais cedo se sofre, menor é o custo da alta. E Tombini assume com menos pressão”, considera. Mas nem todos têm a mesma expectativa. “O novo Banco Central terá o suporte político para elevar a taxa de juros nos primeiros meses do próximo governo?”, indaga Marcelo Salomon, economista-chefe para o Brasil do Barclays. O economista Delfim Netto, por sua vez, aposta que o “pudim de coco” está chegando ao fim. Ele se refere ao longo ciclo que o Brasil viveu como o País das mais altas taxas de juros do mundo. “Os investidores terão que começar a ganhar a vida honestamente”, diz ele. Na prática, Tombini terá de se equilibrar entre as expectativas dos que esperam um BC mais alinhado com o compromisso de reduzir os juros e daqueles que se dizem assustados com o ritmo da inflação. E sua credibilidade será construída mais pelas ações do que pelas palavras. Com reportagem de Guilherme Queiroz e Rodolfo Borges Eles têm a missão de gastar (um pouco menos) Guilherme Queiroz e Rodolfo Borges “É possível fazer mais com menos”, resumiu Miriam Belchior, na tarde da quarta-feira 24, quando foi apresentada como ministra do Planejamento do governo Dilma. A frase resume o tom de moderação nos gastos adotado pela equipe econômica do governo Dilma. A ordem é “pesar a mão” na contenção de despesas de custeio e liberar orçamento para investimentos e obras incluídas no PAC. A parcimônia inclui dois órgãos tradicionalmente gastadores: o Planejamento, que agora vai gerenciar as obras do PAC, com orçamento de R$ 1,59 trilhão até 2014, e o BNDES, financiador da política industrial do governo, que até outubro deste ano liberou R$ 140,9 bilhões. 51.jpg Miriam Belchior: À frente do Orçamento e com o cofre do PAC O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, vai continuar no comando da instituição, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já avisou que o banco terá menos recursos do Tesouro. “Com isso, estamos abrindo espaço para que o setor privado possa fazer empréstimos de longo prazo”, disse Mantega, durante a apresentação da equipe na quarta-feira 24. O ministro calcula que o corte de R$ 20 bilhões no Orçamento de 2011 vai reduzir em pelo menos R$ 50 bilhões os repasses ao banco de desenvolvimento, que foi capitalizado em R$ 180 bilhões nos últimos dois anos. “Essa diminuição criará condições para queda mais rápida da taxa de juros”, completou. Depois de coordenar o PAC na Casa Civil, Miriam muda de cargo levando de baixo do braço a carteira de projetos para o Planejamento. Apesar de os investimentos do PAC serem prioridade nos gastos do governo, que pretende dobrar até 2014 a atual taxa de investimento público de 2,2%, ela também prometeu um esforço para segurar os gastos com a máquina administrativa. “Vamos ser parceiros da Fazenda na consolidação fiscal”, prometeu a futura ministra. 52.jpg Luciano Coutinho: Ele já foi avisado de que o BNDES terá menos recursos A indicação de Antônio Palocci para a Casa Civil, que até a noite da quinta-feira 25 ainda não havia sido confirmada oficialmente, reforça a percepção de contenção de gastos no futuro governo. Embora desidratado de algumas de suas funções atuais, como a coordenação do PAC, o posto deve conferir a Palocci a condição de homem forte do governo, encarregado da coordenação política e da relação da futura presidente com partidos aliados e da oposição. Tarefas que ele já vem desempenhando no período de transição.

O Brasil tem um novo chefe da sua caixa-forte. Alexandre Tombini irá comandar o Banco Central com dois desafios imediatos: uma inflação que se afasta da meta e contas externas cada vez mais no vermelho. Ele está à altura do desafio?

Por Leonardo Attuch e Denize Bacoccina
São pouco mais de 15h30 da quarta-feira 24 e o economista gaúcho Alexandre Tombini chega à sede do Centro Cultural Banco do Brasil, onde funciona a trincheira da transição, em Brasília. 
Passada firme, olhar seguro e uma única frase planejada sob medida para o evento. “Não existe meia autonomia”, disse Tombini. “Ela é total.” Do alto dos seus 120 quilos, o novo presidente do Banco Central se apresenta como um pit bull pronto para enfrentar dois desafios imediatos: uma inflação que se afasta do centro da meta de 4,5% e um rombo crescente nas contas externas brasileiras – o déficit de US$ 50 bilhões que vem sendo projetado para este ano deve ser ainda pior em 2011. 
 
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"Não existe meia autonomia no banco central. Ela é total"
Alexandre Tombini, futuro presidente do BC
 
A missão de Tombini, no entanto, vai além do campo macroeconômico. Ele também terá de provar que não será um presidente de Banco Central fraco, subordinado ao Ministério da Fazenda e aos desígnios da presidente eleita, Dilma Rousseff. 
 
Daí a necessidade de reafirmar sua liberdade para agir e decidir. E assim como não existe meia gravidez, também não pode haver autonomia pela metade, como pontuou o novo xerife da autoridade monetária.
 
Alexandre Tombini, que é funcionário de carreira do Banco Central, poderia ter chegado ao topo de sua carreira livre do fardo de ter que provar que é independente. Mas as circunstâncias de sua escolha, lamentavelmente, o levaram a isso. 
 
Há pouco mais de uma semana, logo depois da confirmação de Guido Mantega como ministro da Fazenda, fontes próximas ao núcleo da transição vazaram a informação de que o atual presidente do BC, Henrique Meirelles, não seria apenas substituído por Dilma. 
 
Sua saída, que poderia ser absolutamente natural, foi tratada como uma demissão. Dilma teria ficado indignada com a suposta insinuação de que Meirelles só continuaria no governo se desfrutasse da mesma autonomia que teve nos oito anos de governo Lula. 
A partir de então, Meirelles passou a ser rifado dia e noite. “Sempre que alguém no governo tenta impor condições, perde a aposta”, disse à DINHEIRO o experiente economista Delfim Netto.
 
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Com os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior, Alexandre Tombini irá compor o trio do conselho monetário nacional,
que define as metas de inflação. Na foto ao lado, com Henrique Meirelles, de quem foi uma espécie de braço-direito no BC
 
Não se sabe se Meirelles, de fato, tentou exigir qualquer coisa da presidente eleita, Dilma Rousseff. Mas o fato é que a autonomia do Banco Central no Brasil é apenas operacional e ainda não foi institucionalizada na lei – em outros países, como os Estados Unidos, presidentes e diretores têm mandatos fixos e não coincidentes com os dos governantes. Aqui, um chefe do BC pode ser demitido a qualquer momento pelo presidente da República. “Agora, vamos ter uma profecia autorrealizável”, disse à DINHEIRO um influente banqueiro de investimentos. 
 
“Como se criou incerteza, os juros no mercado futuro subiram e o Tombini terá que se mostrar mais duro do que seria necessário para se afirmar no BC.” A atual taxa de juros no Brasil é de 10,75%, mas, no mercado futuro, os contratos se aproximaram de 12% ao ano. E isso, em tese, poderia retardar o alcance da meta traçada pela presidente eleita, de atingir juros reais de 2% ao ano – hoje, eles estão próximos a 5,5%.
 
Aos 46 anos, Tombini tem plenas condições de superar a turbulência inicial. Graduado pela Universidade de Brasília e com doutorado em Illinois, nos Estados Unidos, ele é considerado um macroeconomista de formação sólida e é tão ou mais conservador do que Meirelles. Os votos dos dois costumavam estar sempre alinhados nas reuniões do Comitê de Política Monetária. Além disso, no período em que cogitou deixar o BC para se lançar na carreira política, Meirelles sempre demonstrou preocupação em organizar a própria sucessão – Tombini era o seu candidato. 
 
“O nome de Tombini significa continuidade da atual gestão, pois ele ajudou a criar o regime de metas. Mas a continuidade não garante o mesmo resultado”, diz Rafael Cortez, analista da consultoria Tendências. 
 
Não se trata apenas de vencer o jogo das expectativas no mercado. Tombini também tem o desafio de suceder alguém que ficou oito anos no BC – Meirelles foi o mais longevo presidente da história da instituição – e se tornou um nome praticamente consensual aos olhos dos investidores.
 
Além do mais, os resultados comprovam que sua gestão foi bem-sucedida. Ele herdou uma inflação em 12% e a entrega ao redor de 5%. O risco Brasil caiu de dois mil para os atuais 140 pontos, a moeda nacional se valorizou, o crédito disparou e a valorização dos ativos brasileiros esteve entre as maiores do mundo.
 
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Além disso, bom comunicador que é, Meirelles se tornou um protagonista da economia global, recebeu prêmios com frequência de entidades ligadas ao sistema financeiro, passou a dar conferências sobre a crise internacional e hoje integra o conselho do BIS, na Suíça, uma espécie de banco central dos bancos centrais.
 
Tombini é bem mais tímido. Fala baixo, não gosta de conceder entrevistas e nunca divulgou seu currículo ou manteve qualquer perfil em redes sociais – mesmo as de caráter profissional, como o Linkedin. Seus colegas da UnB lembram-se apenas de um bom aluno, mas extremamente quieto e recatado. Flavio Versiani, que foi seu professor na graduação, lembra do futuro presidente do Banco Central como um bom aluno. 
 
“Ele se destacava. Lembro que à época me deixou uma impressão muito boa”, conta. O professor se recorda de quando o aluno deixou a Universidade de Brasília para estudar nos Estados Unidos para, depois, voltar à UnB como pesquisador. 
 
“Foi um dos que estudaram e teorizaram sobre o regime de metas. É um cara competente”, atesta. Também professor do departamento de economia da UnB, Charles Mueller conheceu Tombini em Illinois, quando o economista fazia seu doutorado na universidade local. “Ele foi considerado um aluno brilhante por lá. É um sujeito competente e de boa índole”, lembra Mueller.
 
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No trabalho, é afável, mas reservado e afeito a formalidades com os colegas. Quem já trabalhou com o economista o tem como um profissional meticuloso e flexível, porém firme na cobrança de resultados – sem pendores para arroubos ou grosserias. 
 
A padronização das tarifas bancárias, imposta às instituições financeiras pelo BC, a pedido do Ministério Público e de órgãos de defesa do consumidor, é também atribuída a um esforço pessoal de Tombini. “O banco não tinha muita gente interessada no assunto e ele mostrou sensibilidade”, avalia um antigo funcionário do BC. “Ganhou pontos com a ala desenvolvimentista.”
 
Filho de um economista das Nações Unidas, Tombini nasceu na pequena cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, mas passou a infância entre Paraguai, Guatemala, Costa Rica e Chile. 
 
Na adolescência, viveu em Porto Alegre, onde seguiu a tradição da família e se tornou torcedor fanático do Internacional. No fim dos anos 70, o pai, Tildo, foi trabalhar em Brasília e levou a família. Tombini ficou na capital, onde se formou em economia em 1984. Foi durante a temporada nos Estados Unidos que conheceu a americana Michele, com quem se casou. Eles têm dois filhos, hoje com 13 e 9 anos.
 
No dia em que foi escolhido para o posto mais importante da sua carreira até agora, Tombini seguiu uma rotina normal: chegou à sede do Banco Central pouco depois das 9 horas e teve reuniões internas. 
 
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Sede do BC, em Brasília Tombini chefiará 4,7 mil funcionários e estará
à frente da política de aplicação das reservas de US$ 285 bilhões
 
No meio da tarde, seguiu para o Centro Cultural Banco do Brasil, onde pouco antes das 17h fez um curto discurso. Com voz suave e em tom baixo, relatou uma conversa que teve com a presidente eleita, Dilma Rousseff, quando ela lhe garantiu que está comprometida com a autonomia operacional do Banco Central. 
 
Depois, voltou ao banco e continuou a trabalhar com a discrição de sempre. Sua indicação também representa uma vitória institucional – é a primeira vez que o BC tem uma diretoria formada exclusivamente por quadros de carreira, como ocorre em bancos centrais de muitos países de moeda forte, como o Bundesbank, da Alemanha.
 
Tombini ainda terá que ser sabatinado pelo Senado, mas sua aprovação é tida como certa. Como guardião da moeda brasileira, ele terá que trazer o IPCA de novo ao centro da meta de 4,5%. 
 
O IGPM, anualizado, já aponta para uma inflação próxima a 10% ao ano, um território bem mais perigoso. “Os dados vêm mostrando que a alta não é só dos alimentos, mas há também uma piora nos núcleos, reflexo de inflação de demanda”, disse à DINHEIRO a economista-chefe no Brasil da RBS Global Banking & Market, Zeina Latif.
 
O relatório Focus, resultado de pesquisa semanal do Banco Central com economistas do mercado financeiro, mostra alta na expectativa de inflação para este ano há dez semanas consecutivas. 
 
Em 17 de setembro, os analistas projetavam um IPCA de 5,01% neste ano. No dia 19, havia subido para 5,58%. No acumulado de 12 meses até outubro, o índice ficou em 5,20%. 
 
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“A indústria está trabalhando com taxas de ocupação elevadas, e ainda temos desemprego baixo e massa salarial em expansão”, diz Aquiles Rocha de Farias, professor de economia e mercado financeiro do Ibmec. Ele aposta que na reunião de dezembro, que ainda será presidida por Meirelles, o Copom deverá aumentar a taxa de juros para atacar a inflação e reafirmar sua independência.
 
O economista e consultor Roberto Troster também defende uma elevação da taxa de juros na última reunião do Copom no ano, logo no início de dezembro. “Quanto mais cedo se sofre, menor é o custo da alta. E Tombini assume com menos pressão”, considera. Mas nem todos têm a mesma expectativa. 
 
“O novo Banco Central terá o suporte político para elevar a taxa de juros nos primeiros meses do próximo governo?”, indaga Marcelo Salomon, economista-chefe para o Brasil do Barclays. 
 
O economista Delfim Netto, por sua vez, aposta que o “pudim de coco” está chegando ao fim. Ele se refere ao longo ciclo que o Brasil viveu como o País das mais altas taxas de juros do mundo. 
 
“Os investidores terão que começar a ganhar a vida honestamente”, diz ele. Na prática, Tombini terá de se equilibrar entre as expectativas dos que esperam um BC mais alinhado com o compromisso de reduzir os juros e daqueles que se dizem assustados com o ritmo da inflação. E sua credibilidade será construída mais pelas ações do que pelas palavras.
 
Com reportagem de Guilherme Queiroz e Rodolfo Borges
 
 
Eles têm a missão de gastar (um pouco menos)
 
Guilherme Queiroz e Rodolfo Borges
 
“É possível fazer mais com menos”, resumiu Miriam Belchior, na tarde da quarta-feira 24, quando foi apresentada como ministra do Planejamento do governo Dilma. A frase resume o tom de moderação nos gastos adotado pela equipe econômica do governo Dilma.
 
A ordem é “pesar a mão” na contenção de despesas de custeio e liberar orçamento para investimentos e obras incluídas no PAC. A parcimônia inclui dois órgãos tradicionalmente gastadores: o Planejamento, que agora vai gerenciar as obras do PAC, com orçamento de R$ 1,59 trilhão até 2014, e o BNDES, financiador da política industrial do governo, que até outubro deste ano liberou R$ 140,9 bilhões.
 
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Miriam Belchior: À frente do Orçamento e com o cofre do PAC
 
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, vai continuar no comando da instituição, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já avisou que o banco terá menos recursos do Tesouro. 
 
“Com isso, estamos abrindo espaço para que o setor privado possa fazer empréstimos de longo prazo”, disse Mantega, durante a apresentação da equipe na quarta-feira 24. O ministro calcula que o corte de R$ 20 bilhões no Orçamento de 2011 vai reduzir em pelo menos R$ 50 bilhões os repasses ao banco de desenvolvimento, que foi capitalizado em R$ 180 bilhões nos últimos dois anos. “Essa diminuição criará condições para queda mais rápida da taxa de juros”, completou.
 
Depois de coordenar o PAC na Casa Civil, Miriam muda de cargo levando de baixo do braço a carteira de projetos para o Planejamento. Apesar de os investimentos do PAC serem prioridade nos gastos do governo, que pretende dobrar até 2014 a atual taxa de investimento público de 2,2%, ela também prometeu um esforço para segurar os gastos com a máquina administrativa. “Vamos ser parceiros da Fazenda na consolidação fiscal”, prometeu a futura ministra. 
 
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Luciano Coutinho: Ele já foi avisado de que o BNDES terá menos recursos
 
A indicação de Antônio Palocci para a Casa Civil, que até a noite da quinta-feira 25 ainda não havia sido confirmada oficialmente, reforça a percepção de contenção de gastos no futuro governo. 
 
Embora desidratado de algumas de suas funções atuais, como a coordenação do PAC, o posto deve conferir a Palocci a condição de homem forte do governo, encarregado da coordenação política e da relação da futura presidente com partidos aliados e da oposição. Tarefas que ele já vem desempenhando no período de transição.